quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Guia do PSB torna podre “amadurecimento” de Cássio ao exibir nota de “O Porcão”

O guia eleitoral do candidato Ricardo Coutinho (PSB) deixou hoje de lado a elegante mesmice plástica com a qual vinha se arrastando, sempre na defensiva, e passou ao ataque fulminante para desconstruir de vez a falsa imagem de bom moço e sem defeitos que o seu principal oponente, Cássio Cunha Lima (PSDB), tem passado até aqui de forma positiva para o eleitorado paraibano.
Nas campanhas anteriores Cássio utilizou pelo menos dois especiais - embora no seu caso mentirosos - bordões: “peço com humildade” e “trabalhar para quem mais precisa”. Sempre, em cada evento, fechando com dois carimbos que ainda não abandonou: “Paz e Bem” e “Beijo para quem for beijo; abraço para quem for abraço”.
Alertado de que Ricardo Coutinho não era nenhuma Cozete Barbosa ou um Roberto Paulino qualquer, dois dos que conseguiu tripudiar com frases de efeito sem que à altura respostas fossem dadas, o senador tucano introduziu este ano dois novos elementos para sensibilizar o eleitor e manter-se na ofensiva: “vou fazer um governo técnico” e “estou mais maduro”.
Para desmantelar a primeira promessa Ricardo Coutinho não teve maiores problemas e já denunciou o loteamento prévio do futuro Governo que Cássio sonha possa vir a estar em suas mãos a partir de janeiro de 2015. Com fortes elementos probatórios o governador mostrou que várias secretarias e cargos de segundo escalão o candidato tucano já colocou em barganha por votos.
E hoje consegue apodrecer o tal “amadurecimento” pregado pelo senador ao trazer para o rádio e para a TV o vergonhoso flagrante em Brasília da churrascaria 'O Porcão', onde Cássio, com as mesmas práticas verdes, infantis e criminosas do passado não muito distante, pagou um regabofe para amigos com dinheiro do Senado Federal.
ENTENDA O CASO
Ano passado, mimando amigos paraibanos que foram a Brasília para uma sessão especial do Senado em homenagem póstuma a Ronaldo Cunha Lima, seu pai, Cássio aproveitou para se confraternizar com a turma toda no mais caro restaurante do Distrito Federal - a Churrascaria 'O Porcão'.
Nada de mais se a conta do ágape fosse paga pelo bolso do senador e não pelo do sofrido contribuinte brasileiro.
Cássio Cunha Lima espetou na conta do Senado nada mais nada menos que uma nota de R$ 7.567,60, ou seja, mais de dez salários mínimos. Foi um escândalo nacional, envergonhando a Paraíba e mostrando que o jovem senador continua ainda mais verde do que outrora.
Toda a grande imprensa repercutiu a proeza. O jornal ‘O Estado de São Paulo’, por exemplo, reproduziu em sua matéria um fac-simile da nota fiscal 221515, do “O Porcão” de Brasília, o preferido dos políticos que não se importam com o valor da conta, emitida em nome do senador Cássio Cunha Lima, e adendou com uma informação que os paraibanos conhecem  muito bem: “O senador paraibano foi cassado pelo TSE quando era governador do Estado pela prática de abuso de poder político e econômico nas eleições de 2006”.
Na parte de “discriminação das mercadorias” da nota encontra-se uma singela informação: “Refeições”. Não diz nem quantas foram servidas porque isso, certamente, não interessa a ninguém, avaliou o jornal paulista.
Pois ato publicado pelo Senado em 2010 determina que, para receber o ressarcimento dos gastos pessoais, os parlamentares devem apresentar “nota fiscal, datada, e com a completa descriminação da despesa”.
O jornal assim relata o ocorrido: “A boca-livre com dinheiro público foi oferecida pelo senador após uma homenagem a seu pai, o ex-parlamentar e ex-governador da Paraíba Ronaldo Cunha Lima, que ficou famoso por ter disparado três tiros contra o seu antecessor Tarcísio Burity, em um restaurante de João Pessoa, sem nunca ter sido condenado, como relatam os repórteres Bernardo Caram e Andreza Matais”.
Na época, a assessoria do senador Cunha Lima informou ao jornal apenas que o jantar contou com a presença de “autoridades e parlamentares”. E o gabinete informou ainda aos repórteres que “o senador é extremamente criterioso com os gastos”.
O jornal fecha a matéria ironicamente: “Podemos imaginar o que seria se assim não fosse…"

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